terça-feira, 3 de maio de 2011

MARIA CALOU-SE

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De repente ela ouviu o que mais temia.
Maria era fraca pro amor.
As palavras sairam da boca dele como se fossem desses palavrões bem cabeludos.
Embora Maria sabia dessa verdade há muitos anos, constatou que alguém havia reparado.
Engoliu a seco sem nenhum copo de d'agua para ajudar.
Mas nessas alturas, ela queria era um copo de uma bebida bem forte.
Que era para digerir melhor.
Não se importava com o que os outros pensava.
Porém precisava disfarçar melhor essa inaptidão para o amor.
Sabia que se a notícia corresse por aí, seria grande os destroços encontrados.
Por onde passou, ela deixou alguma marca.
Ora era em seu próprio coração.
Ora era no coração de quem se relacionava.
Maria tinha duas almas.
A moça-alegre-carismatica que encantava.
E o lado perverso que destruia.
Era uma luta pertubadora.
Bastava sem encantar por alguém que começava as confusões.
O que Maria não sabia que isso ficou visível para quem estava de fora.
Pensou em levantar da cadeira e sair correndo pra longe.
Mas sabia que isso seria seu lado perverso assinando o papel em branco para confessar.
Preferiu render-se.
Entregar-se.
E dizer que realmente não era um ser perfeito.
Embora para muitas coisas ela era colada com a perfeição sabia que para o amor era fraca.
E calou-se.
Como alguém que acaba de confessar o seu pior crime.
Maria não sabia conduzir o carroagem do amor.
E muito menos domar as rédeas que eram colocadas em sua mãos.
Sentiu um aperto no peito por se sentir incapaz para amar dessa forma.
Sentiu uma vontade imensa de pedir para alguém ensiná-la.
Mas calou-se.
Calou e aceitou sua condição.
Dessa vez sem lágrimas. 
Sem mágoas.
Maria já havia crescido o suficiente para compreender que não poderia saber tudo.

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