quinta-feira, 12 de maio de 2011
O SEGUNDO MÊS.
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Agora já sei até nomes de ruas.
E alguns lugares como referência.
Sei que se atravessar fora da faixa corro um grande risco de morrer.
E que se andar mais rápido ganho mais tempo para fazer outras coisas interessantes.
Agora já sei que se olhar o céu pela janela de manhã não quer dizer nada.
Porque aqui as quatro estações acontecem ao longo do dia.
E que carregar a sombrinha dentro da bolsa junto com a escova de dente e um halls nunca é demais.
Agora já sei que o sotaque não vai embora mesmo.
E que as pessoas gostam de ouvir uma mineira falar engolindo o final das palavras.
Sei também que o Corinthians tem a mesma fama de maloqueiro que tinha lá.
Agora já sei que o trânsito aqui não é pra quem é lento.
E que dar seta quer dizer logicamente que o cara vai entrar você dando passagem ou não.
Sei que ter insulfilme nos vidros não é pra enfeitar o carro, mas é questão de segurança.
Agora já sei que passar de carro em uma avenida não é a mesma coisa que passar a pé.
Que os poucos minutos que talvez você consiga atravessar ela de carro, você gasta uma hora só caminhando.
E que aqui tudo tem fila, e geralmente ninguém reclama porque todo mundo já está acostumado.
Agora já sei que atrasar não quer dizer necessariamente que você fez alguma coisa pra que isso acontecesse.
Os atrasos aqui acontece porque o relógio corre mais rápido que um carro na marginal no horário de pico.
E que se vendesse paciência em cápsulas, todo paulistano compraria.
E talvez haveria menos caras feias pela manhã.
Agora já sei que a máquina de lavar roupa + sol é a fórmula perfeita para você economizar tempo no domingo.
E que sábado de manhã continua tendo o mesmo frescor que os sábados de lá.
E as tardes continuam a me trazer uma sensação de saber o que está acontecendo no mundo.
Agora já sei que se continuar comendo tudo de bom que vê pela frente engorda de verdade.
E que caminhar na avenida movimentada é termômetro para qualquer mulher que tem alguma dúvida sobre sua aparência.
Mas que ficar séria e concentrada ajuda a impor respeito.
Agora já sei que meu jeito de menina não influencia nas minhas amizades.
Que as pessoas aqui que me abrem um sorrisso eu já vou logo dando um abraço.
E que tem muita gente boa nessa terra de tantos estranhos.
E que a cada dia que passa mais portas e janelas se abrem.
E que estou no lugar certo. No momento certo.
Na hora certa.
Graças a Deus.
Postado por
Iara Maria
às
10:33:00 AM
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Marcadores:
Cotidiano
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Paulistano respondendo: Atravessar na faixa tb pode ser perigoso, agradeça que encontrou gente que dá seta eu só ando a pé e sofro com a falta dela, corintiano maloqueiro e sofredor graças a deus, compraria capsulas de compreensão e cidadania.
ResponderExcluirAqui o nascer do Sol vem com uma faixa colorida de poluição, não há muitas estrelas no céu, e não se foge da garoa fina e melancólica.
Mas tem algo debaixo desse concreto que se torna muito difícil partir.
Bem-vinda.