quarta-feira, 8 de setembro de 2010

PEDAÇO DE MIM

Fico na espreita dos acontecimentos.


Escrevendo e apagando.


Rascunhando e guardando.


Sinto que só cabe a mim, sabê-las.


Embora ache de um certo egoísmo guardar sentimentos.


As palavras me definem. Ou seria o contrário?


Com elas denudo-me. Sem nem ficar corada.


Através das palavras me declaro, partilho me entrego.


Deixo de lado censuras, moderações e vergonhas


Falo aqui sem gaguejar. Sem titubear. E ainda posso enfeitar o final...


Talvez se você me encontrar por aí não acredite do que sou capaz de escrever.


Ou então de pensar.


Muitas vezes escuto.. Não pode ser você que escreve tudo aquilo!


Uma enxurrada de sentimentos, de intensidades, de gentilezas.


É que os momentos comigo são tomados de pura descontração, feito de piadas e brincadeiras, bobagens e inutilidades.


Capaz de fazer quem não me conhece, duvidar.


O que algumas pessoas não sabem é a seriedade que existe por trás das brincadeiras.


Que cada um tem seu jeito pra falar verdades, e o meu é escrevendo.


Às vezes nem eu mesma acredito.


De onde vem tanto querer.


Fico perdida entre tantas coisas pra se dizer, mesmo quando tenho a certeza da palavra escolhida.


Pois quando releio, e dito aqui que isso acontece uma única vez, eu vejo todo meu sentimento ali.


Transbordando.


E se você olhar bem nos meus olhos vai conseguir enxergar isso.


O que acontece é que não sei falar.


Nunca soube.


As palavras ditas na minha voz rouca saem tremidas, erradas e imperfeitas.


Acho que por isso em aniversários, e outras datas, prefiro entregar o cartão e abraçar, sem discurso.


O cartão fala por mim.


Por isso, se um dia eu chegar sem dizer nada e te entregar um pedaço de papel, saiba:


Estou entregando um pedaço de mim.

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