domingo, 19 de setembro de 2010

VISITA INESPERADA


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Se eu te contar você não acredita.
Você não sabe quem veio pra uma visita.
Puxou a cadeira e me fitou.
Falou com voz firme e sapecou:
- Só saio daqui quando você tiver certeza das coisas.
Eu, moça desconfiada fiquei sem saber o que fazer.
Quis correr e atrás da porta as vassouras colocar.
Fingir que eu estava de saída e um pó de arroz no rosto passar.
Mas não adiantou.
A visita sentou, se instalou, desceu com as malas e ali ficou.
Sentada dia inteiro.
Me olhando. Silenciando. Aguardando minha pronúncia.
Sua presença me incomodava. Eu perdia pouco a pouco a liberdade.
De mansinho foi me mostrando o que tanto eu escondia.
Fiquei inquieta. Querendo que ela ajeitasse sua trouxa e colocasse o pé na estrada.
Mas ela abiru seus pertences e foi me mostrando tudo que não estava mais dando certo.
Me falou sobre um amor que bate aqui no peito e precisa ir embora.
Discursou sobre minhas mudanças.
Perguntou sobre minhas vontades.
Questionou sobre o que realmente eu queria.
Não teve jeito de escapulir. Então puxei a outra cadeira e sentei na sua frente.
Cara a cara.
E "destampei" a falar. Sem vírgulas, sem pontos. Sem entonações e sentimentos.
Falei de tudo. E quando eu perdia o folêgo tomava um impulso e começa tudo outra vez.
A visita se surpreendeu com minhas palavras.
Disse que eu precisava de um tempo.
Falei com minha voz grave: -Outro tempo???
- Por acaso a senhora sabe quanto tempo eu estou de tempo???
Lá se vão alguns meses, talvez o inverno o todo.
- Não quero mais saber de tempo. Quero saber de vida.
Fui ficando "cabreira", de semblante fechado, de poucas palavras.
Não me venha pedindo calma que nem te chamei pra essa visita.
Ela ficando preocupada com meu estado, foi até a cozinha e um copo d'água com açúcar preparou.
Pediu que eu tomasse e esperasse alguns minutos. Concordei.
A prosa seguinte foi diferente: Ela não sabia que estava acontecendo tudo isso.
Que eu estava segurando sozinha todas essas rédeas. E sendo tão amável se ofereceu pra me ajudar.
Que o que ela queria nesses últimos tempos era só me fazer pensar. Me fazer mudar.
Pois bem, já viu que eu mudei não viu? Agora coopera comigo.
A visita estendeu seus braços e cochichou no meu ouvido:
-Minha querida, sou eu, Sua Vida, vim só prosear a pedido de Deus.
Deus estava já ficando preocupado com seu estranho sumiço, pediu que eu viesse.
Mas agora sei do que você precisa: Você precisa de Amor.
Então eu estou aqui, e vou ficar aqui. Vou abrir seus caminhos. Vou segurar suas rédeas. Vou te fazer sorrir.
Porque você minha querida, você merece. Você é especial. É diferente. É carnaval e retiro ao mesmo tempo.
É dança, poesia, palavras, carinhos e prosas.
Eu, com toda minha desconfiança de sempre apertei ela contra meu peito e não tive dúvidas.
Um alivio me tomou e bem alto pro mundo gritei:
AGORA, os tempos são outros!!!
Amém.

2 comentários:

  1. Esse texto dá aquela vontade (necessidade) de acordar pra vidaaa!!!!! Como sempre... texto espetacular!!

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  2. thaisinha piriginha e 22kinha do meu s2! Então faça coomo eu, não fuja dessa visitinha! Ela deve estar ai sentandinha tb te olhando! Encare! De frente!

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