terça-feira, 28 de setembro de 2010

UMA DOSE DE CORAGEM, POR FAVOR.




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Não sei de onde essa moça arrumou tanta coragem.

Deve ter ficado sentada no portão de casa pedindo um pouquinho pra quem passasse por ali.
Ela não planejou o dia que iria juntar sua trouxa.
Apenas desejava que isso acontecesse no tempo certo.
Pois bem, aconteceu.
A moça chegou para sua última semana de serviço e viu sua mesa ocupada.
A posição do teclado estava diferente, o mural sem as fotos e o recadinhos que ela tanto gostava, empilhados num envelope.
E até sua inseparável garrafinha de água não se encontrava por ali.
Naquele primeiro momento, a tal moça não deu muita importância. Pediu licença e foi checar seus emails. Como de costume.
Eram dezenas de emails em reposta a sua despedida.
Eram carinhos e gentilezas sem fim. E até alguns pedidos pra que ela ficasse.
Pois não teve jeito.
Apesar dessa moça não saber virar uma página da noite pro dia, quando ela decide dar o tchau, a decisão já tinha sido tomava em seu coração sem nem ela perceber.
Mas a moça não parte com lágrimas nos olhos.
Nem toda despedida é um adeus. Ela considera um até breve.
Porque certas amizades não terminam quando um contrato se encerra.
Aquele jogo tinha acabado. O placar marcava vitória. Mas não era só pra ela.
Era pela coragem dela. Coragem de romper. De acordar num amanhã incerto.
Mas cheio de esperança. Esperança em um Deus que sempre esteve do lado. E irá continuar.
Toda mudança exige escolhas. Toda mudança é um pouco de morte. É um corte na rotina.
Mas ela nunca teve medo. Pelo contrário. Por meses a fio se preparou pra esse dia. Desejou esse dia.
E agora a moça vai abrir as janelas. Vai escancarar as portas.
Vai se encantar com todas as possibilidades.
Com vinte e poucos anos ela decidiu bater suas asas. Pela primeira vez. Amadurecer mais. Experimentar.
Ela tem dentro dela uma porção de borboletas voando. Se sente menina nova. E ao mesmo tempo uma mulher bem resolvida.
Naquela tarde ela fez um certo balanço.
Das experiências ali vividas.
Das segundas-feiras chegadas com o fim de semana martelando na cabeça. Das sextas-feiras sonhadas.
Das pessoas conhecidas. Das amizades conquistadas.
Percebeu que sonhos bobos foram realizados, mas que sonhos impossíveis também foram conquistados.
E que até hoje ainda não tinha aprendido atender o telefone sem falar rápido. Mas que aprendeu que bom humor resolve metade dos problemas que alguém trás.
Agora a moça quer crescer. Quer mais da vida. Mas não quer o lugar de ninguém. Quer o dela. Reservado e prepado por Deus.
Aprendeu a se apreciar. Em todos os sentidos. E com ela vai toda essa vontade.
Com sua trouxa vai virar as costas. Mas nunca vai se esquecer, do que aqueles 3 anos fizeram por ela. E na vida dela.
Ela sabe de uma coisa, de um segredo que faz tudo ficar mágico:
Que só vai ter calma e paciência, aquela pessoa que sabe o valor que tem.
E ela, sabe.

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